Copyright © Palavra-poeta
Design by Dzignine
27 de maio de 2016

Fachada



Mudado, eu nunca mais fui o mesmo
Você sabe
Eu te odeio
E te amo
Cometo o mesmo erro
Que condeno
O orgulho é fachada
E o prédio já desabou
Você esqueceu:
Acabou!

Cato os cacos
E farrapos
Junto os trapos
Quebro os trapos,
Choro os laços quebrados
Mudaria os versos,
Desesperados, 
Se soubesse se ainda me ama
Porque o amor que tive
Ainda está intacto. 

Quando é que você vem?
Vai deixar a mala lá fora?
E esquecer o que não te convém?
As mãos que não são as minhas,
Que há anos percorrem teu corpo.
Meu corpo, 
Que não é outro,
É o mesmo que se encaixa ao teu
Nas noites de sono.
Esqueceu?
O sorriso que te pertenceu? 
O olhar que te enterneceu?
Os dedos que enrolaram seus cabelos,
Os lábios que molhavam os seus beijos,
O intelecto que o enrijeceu.
Não finja que esqueceu. 
Venha buscar, seu bobo,
Aquilo que nunca deixou de ser seu,
Não se contente com pouco. 


0 comentários:

Postar um comentário