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14 de dezembro de 2014

Podre!



Podre.
A palavra reverbera,
Sonora, gritante
As mãos que deslizavam pelo seu corpo...
Podres!
Os dedos que pressionavam...
Podres!
Podres eram os sussurros das madrugadas,
Os contornos maliciosos,
Os olhares obscenos
E as incursões sorrateiras,
Tão complexas, pareciam troféus.

Era incontrolável o desejo,
Avassalador,
Abrasador,
O fogo queimava seus dedos
E o vazio...
Podre!
Demônio de si mesmo,
Escravo dos seus próprios ensejos,
Refém da sua falta de amor.
Sugava, então,
Qualquer beijo
De qualquer boca
A qualquer momento.

Mas, mais podre
Era sua falta e seu desespero
Por migalhas de sentimento.
Seu medo,
Podre, tão podre!
Que apodrecia tudo que ele tinha por dentro. 

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