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30 de agosto de 2014

Meias mentiras

Eu poderia dizer, nestas linhas tortuosas,
Que ainda sou seu.
Seu!
Corpo, alma, coração
Corpo das noites quentes e frias,
Alma do abraço de aconchego,
Coração da entrega sem medo.
Mentiria, porém, se o dissesse.
Em algum momento, eu me perdi de você,
Você se perdeu de mim,
Nós nos perdemos de nós mesmos

Eu poderia dizer, nestas estrofes desconexas,
Que eu o esqueci,
Que as lembranças foram fugazes,
Que os toques foram efêmeros
E que o amor era pequeno,
Foi pequeno.
Mentiria, porém, se o dissesse.
Meu corpo não lhe pertence,
Minha alma não é sua posse,
E, mesmo sem ser seu,
Meu coração se enternece com as lembranças
E não quer ter mágoa daquele que, por muito tempo, o aqueceu.

Eu poderia, e posso,
Dizer, porém,
Que no espelho
Eu me enxerguei
E hoje sei quem sou.
E não mentiria, não minto,
Ao dizer:

Foi maravilhoso amar e ser amado por você!


1 comentários:

  1. será que vamos mentindo para nós mesmo porque não somos capazes de sobreviver com a realidade?
    deixa pra lá, às vezes sobreviver com a fantasia é fantástico!

    dentrodabolh.blogspot.com

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