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19 de fevereiro de 2013

Poesia Astral




Andando por aí, apaixonado, enamorado
Mas carente da presença do amante
Do lado
Vejo um moço conferindo o troco
E, ao perceber-se enganado, volta exaltado
“Meu troco certo agora, sem demora
Tenho hora marcada no dentista, preciso ir embora!”
O pipoqueiro, idoso, levanta os olhos
“Seu troco está certo, rapaz!
Já pode ir embora sem demora!”
O rapaz-moço fecha a cara e começa a gritar nervoso
“Quero o meu troco! Acha que eu sou bobo?
Cinqüenta reais menos dois é quarenta e oito!”
O idoso dá risada
“Mas, caro rapaz, a pipoca é dois e uns trocados
Não te dei o troco errado!”
“Não adianta querer me passar para trás
Quando cheguei disse que era dois reais!”
“Não, não disse! Tenho certeza absoluta!
Não vou te dar troco algum...”
“Velho idiota, além de caduco...
Vê-me logo o troco...”
E a briga se estende assim...
Ariano e taurino, teimosos, com eles a briga é sem fim...

Lembro do meu amado,
Onde será que anda? Será que está pensando em mim?
Uma moça, linda e bem arrumada,
Cumprimenta a todos provando ser também simpática
Senta no banco, abre um livro
E, sem perceber, inicia um reboliço
Garoto pra lá, garoto pra cá... E a garota, distraída,
Não vê que movimenta com sua beleza toda uma avenida!
Inteligente, simpática, arrumada e bonita...
Libriana, com certeza, essa menina!

Mas... Veja quem chega agora!
Roupa excêntrica, diferente
Cabelo cortado, todo arrumado...
Outro libriano?
Adora a atenção, rodeado de amigos
E como gosta de elogios!
Não, não. Só pode ser um leonino!

“Alô Ana?
Mariana? Alô? Quem fala?”
E o celular não para
“Aqui é a Susan,
Quem fala?”
E mais uma vez o celular toca:
“Alô? Ah, agora sim é você, Ana!”
Garota agitada e alegre. Sagitariana!

Já estou meio atordoado
Com tanto movimento
É, esse não era o momento de divagar sobre o meu amado...
E, agora, um moço... Pareceu-me tão ocupado
Celular, mala na mão e um terno bem colocado
Um empresário determinado, eu penso
Capricorniano doido por poder e dinheiro!

E ele para por uns segundos.
Parece-me um movimento tão planejado!
Não estava enganado... Momentos depois surge um carro
E dentro dele uma linda mulher
Vestido prateado, brincos dourados, batom vermelho
Nos lábios delicados
O moço dá as mãos para que ela desça
E a moça fica agradecida
Seu olhar tão feminino me indica:
Uma pisciana típica!

E desce e sobe as escadas uma criança apressada
E para, e lê o livro que está na varanda
E corre, e anda... Depois, para e de mim se aproxima:
“Olá moço!”
Pareceu-me tão simpática a criança
Mas tão apressada e tão cheia de faces
Geminiana, de fato!

E surge então, um garoto e brinca com a criança
E como é inteligente!
Monta barcos, casas de madeira e inventa diversas brincadeiras
Pareceu-me meio avançado e curioso
Um explorador aquariano?

Agora subo o morro
E encontro um moço novo
Lá pelos seus dezesseis, garanto que não passa de dezoito
Inteligente esse garoto
Mas de posições um pouco conservadoras
Conta-me um segredo: é escritor!
Mas há tempos que não publica obras
Diz o garoto que exige a perfeição em tudo que faz
E parece que nada que escreve quer ser perfeito uma vez mais
“Virginiano?” eu pergunto
“És astrólogo, cara astuto?”
E assim seguimos até certo ponto juntos

Ai, já me cansa essa rotina de movimento
Paro e descanso no banco por um momento
E meus olhos param por sobre a paisagem que agora passa
Um cara misterioso
Meu Deus, como é lindo! Maravilhoso!
E passa e seduz com seu olhar a me hipnotizar
Esqueço do meu amado...
Um carente canceriano
É presa fácil pra um sedutor escorpiano! 

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