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4 de novembro de 2012

Multidão



Ouço som de gente
Sai da frente!
Lá vem o trem!
Um ônibus passa
E ninguém disfarça a pressa que tem.

Sinto o perfume da multidão
Mistura de cheiros
E de sons
Todos se acotovelam
Ninguém ousa se olhar
Todos têm pressa de chegar a algum lugar.

Fon-fon
Bi-bi
Piuí-piuí
A rua tem seus próprios sons
E as suas próprias paisagens
A cidade pede socorro
E o povo guerreiro tem pressa por dinheiro.

Mas o poeta procura a poesia
Onde é que ela se esconde?
Nos sons?
Nos cheiros?
Em algum ônibus?
Não...

A poesia está naquele que passa e se destaca
Pois, na pressa de fazerem sua vida, os outros nem se viram
Nem se olham e não se encaram.
Mas há alguém que para
Encara a rua e sorri
Caminha devagar
E não tropeça
E a rua enfim respira a calma.
A poesia é uma parada no mundo da pressa. 



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