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1 de setembro de 2012

Minhas estações

Nas madrugadas frias de verão
Costumava me entreter com as chuvas da estação
Rearranjando as palavras nas poesias sobre o amor
As noites resumiam-se em leveza e frescor
E, no fim, o sono trazia os sonhos típicos do coração.

Nos dias de primavera só sol e flores
Torcendo pro tempo correr pras férias da próxima estação
A alegria era duradoura na presença de tantas cores
Mesmo em meio ao desespero pela folga do verão.

O inverno secava a terra
E o frio fechava as portas de nossas casas
Mas pra mim era a felicidade de mais um ano de vida
Dentro das portas fechadas
Com família e amigos a data era comemorada.

Mas agora tudo mudou...
As estações passam lentamente e já não há mais olhos para elas
E todos os prazeres que nelas eram vividos
Tornaram-se dores, lamúrias, suspiros.
Culpa de um maldito Cupido!

Tento rearranjar meus segundos para que não haja tempo
Para pensar
Rearranjo meu dia para que não haja um minuto sequer
Disponível para lhe amar.
Esforços em vão...
O amor entra e faz bagunça no coração.

E as noites tão frescas de verão
São um temor à parte.
São horas em que preciso lidar com o inevitável fardo
De sentir a intensidade
Mesmo que eu rearranje as horas, os minutos, os segundos
Parece que sempre há uma brecha para você entrar no meu mundo
E deixar-me desfalecido.

Mesmo nos dias de primavera
Consegui achar tristeza nas flores mais belas
E, tirando as suas pétalas, vai penetrando-me a solidão,
Vem em mim entrando a insegurança
E o vento sereno traz-me as saudades do meu amado moreno.

No frio, necessito de um abraço aconchegante
E de novo a saudade sufoca-me
E, sem ar e aconchego é o meu inverno
Mesmo tão frio parece-me um inferno
De tantas lágrimas e soluços.

Ainda resta-me a esperança do outono.
No outono as folhas caem:
É tempo de recomeço.
Quem sabe essa estação traga o meu amado moreno...
Quem sabe as folhas que caem nas cidades
Levem com elas essa minha intensidade...

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