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29 de agosto de 2012

Ainda nessa...

Eu ainda estou nessa... Nessa o quê? Nessa de tentar entender, tentar explicar o mundo com as mais diversas teorias porque eu não consigo ficar sem entender. Astrologia, psicologia, religião, filosofia. E acho que não estou sozinho. Precisamos entender, compreender, captar. Viver boiando é pra poucos. Aqueles que usam a mente não conseguem viver uma vida "áerea". É como diz Clarice: "Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo - quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorientação."

Ainda estou nessa de tentar me entregar. E eu tento, tento, tento. Entregar não é pra mim. Tem horas que isso é a única coisa que penso. Mas ainda tento. E nessas infinitas tentativas vou aprendendo algumas coisas. Ainda estou nessa de tentar tirar lições de todas as provas, obstáculos e mesmo acontecimentos diários que me atropelam. Se entregar completamente é coisa para os fortes... Ah, tô fraco, tô fraco! Talvez a galinha d'angola tenha se entregado, se decepcionado."Tô fraca, tô fraca" é a sua constatação final.

Ainda estou nessa de persistir. A vida é persistir afinal. É ou não é? É criar o hábito de sempre seguir. Eu vou persistindo em coisas mais bobas e pequenas. Sei que as coisas pequenas quando amontoadas vão se tornando coisas grandes. Eu nasci de um espermatozoide, nasci de um óvulo. Não que eu esteja me superestimando e dizendo que sou grandioso. Mas eu tenho 1,78 m (acho). Quanto mede um espermatozoide? Vou persistindo na alegria, na amizade, no altruísmo. Ah, por favor, não me pergunte se persisto no amor. Ao menos em algo temos a opção de desistir (ou será que não?).

Ainda estou nesse planeta. Ainda estou nessa vida. Há coisas que não há como mudar. Talvez, um dia, quem sabe, possamos mudar de planeta. Ter um pequeno apê na Lua e observar o planeta Terra. Escrever sobre "os pássaros que aqui não existem, se existissem certamente não iriam gorjear como os de lá". Uma nostalgia boa sentiríamos e nas férias de alguma estação (verão ou inverno?) passearíamos pelo nosso querido planeta de origem. Abraçaríamos os nossos país e conversaríamos sobre como faz frio na Lua, sobre os nossos queridos cachorros extragaláticos que deixamos com a nossa querida empregada, a dona Luatina, tão querida por nós. Mas o mundo... Ah, isso é coisa que não se foge. Mesmo morando na Lua, em Marte ou nos aneis de Saturno não fugiríamos desse mundo maluco. Não fugiríamos da nossa essência de animal racional-irracional, bicho tecnológico, inconstante e contraditório. Ainda estou nessa de imaginar,  viajar sem sair do lugar.

Ainda estou nessa de rimar tudo que escreve e escrever sobre tudo que rima. É a vida! Veja só. A rima vem mesmo quando não a chamo. É mesmo coisa de canceriano. Ou será que não? Será isso apenas uma maneira de tentar nomear? Sim, ainda estou nessa de filosofar. Ainda estou nessa de ser eu mesmo, com meus eternos erros e os meus infinitos acertos.

Não, não quero me despedir de você, que dedicou seu tempo pra ler essas coisas bobas. Porque eu ainda estou nessa de sentir, mesmo que eu não fale, mesmo que eu não expresse. Mas o sentimento ainda está lá, guardado, escondido, com medo de se mostrar porque eu já fui ferido. Mas essa é a vida não é? A gente se fere, mas um dia a gente tem que se curar.

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