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30 de agosto de 2012

Não canse quem te quer bem - Martha Medeiros

Uns mais, outros menos, todos passam dos limites na arte de encher os tubos

Foi durante o programa Saia Justa que a atriz Camila Morgado, discutindo sobre a chatice dos outros (e a nossa própria), lançou a frase: Não canse quem te quer bem. Diz ela que ouviu isso em algum lugar, mas enquanto não consegue lembrar a fonte, dou a ela a posse provisória desse achado.

Não canse quem te quer bem. Ah, se conseguíssemos manter sob controle nosso ímpeto de apoquentar. Mas não. Uns mais, outros menos, todos passam do limite na arte de encher os tubos. Ou contando uma história que não acaba nunca, ou pior: contando uma história que não acaba nunca cujos protagonistas ninguém ouviu falar. Deveria ser crime inafiançável ficar contando longos causos sobre gente que não conhecemos e por quem não temos o menor interesse. Se for história de doença, então, cadeira elétrica.

Não canse quem te quer bem. Evite repetir sempre a mesma queixa. Desabafar com amigos, ok. Pedir conselho, ok também, é uma demonstração de carinho e confiança. Agora, ficar anos alugando os ouvidos alheios com as mesmas reclamações, dá licença. Troque o disco. Seus amigos gostam tanto de você, merecem saber que você é capaz de diversificar suas lamúrias.

Não canse quem te quer bem. Garçons foram treinados para te querer bem. Então não peça para trocar todos os ingredientes do risoto que você solicitou – escolha uma pizza e fim.

Seu namorado te quer muito bem. Não o obrigue a esperar pelos 20 vestidos que você vai experimentar antes de sair – pense antes no que vai usar. E discutir a relação, só uma vez por ano, se não houver outra saída.

Sua namorada também te quer muito bem. Não a amole pedindo para ela posar para 297 fotos no fim de semana em Gramado. Todo mundo já sabe como é Gramado. Tirem duas, como lembrança, e aproveitem o resto do tempo.

Não canse quem te quer bem. Não peça dinheiro emprestado pra quem vai ficar constrangido em negar. Não exija uma dedicatória especial só porque você é parente do autor do livro. E não exagere ao mostrar fotografias. Se o local que você visitou é realmente incrível, mostre três, quatro no máximo. Na verdade, fotografia a gente só mostra pra mãe e para aqueles que também aparecem na foto.

Não canse quem te quer bem. Não faça seus filhos demonstrarem dotes artísticos (cantar, dançar, tocar violão) na frente das visitas. Por amor a eles e pelas visitas.

Implicâncias quase sempre são demonstrações de afeto. Você não implica com quem te esnoba, apenas com quem possui laços fraternos. Se um amigo é barrigudo, será sobre a barriga dele que faremos piada. Se temos uma amiga que sempre chega atrasada, o atraso dela será brindado com sarcasmo. Se nosso filho é cabeludo, “quando é que tu vai cortar esse cabelo, guri?” será a pergunta que faremos de segunda a domingo. Implicar é uma maneira de confirmar a intimidade. Mas os íntimos poderiam se elogiar, pra variar.

Não canse quem te quer bem. Se não consegue resistir a dar uma chateada, seja mala com pessoas que não te conhecem. Só esses poderão se afastar, cortar o assunto, te dar um chega pra lá. Quem te quer bem vai te ouvir até o fim e ainda vai fazer de conta que está se divertindo. Coitado. Prive-o desse infortúnio. Ele não tem culpa de gostar de você.

Para continuar refletindo sobre o tema: http://www.personare.com.br/melhore-a-comunicacao-no-relacionamento-m2245
29 de agosto de 2012

Ainda nessa...

Eu ainda estou nessa... Nessa o quê? Nessa de tentar entender, tentar explicar o mundo com as mais diversas teorias porque eu não consigo ficar sem entender. Astrologia, psicologia, religião, filosofia. E acho que não estou sozinho. Precisamos entender, compreender, captar. Viver boiando é pra poucos. Aqueles que usam a mente não conseguem viver uma vida "áerea". É como diz Clarice: "Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo - quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorientação."

Ainda estou nessa de tentar me entregar. E eu tento, tento, tento. Entregar não é pra mim. Tem horas que isso é a única coisa que penso. Mas ainda tento. E nessas infinitas tentativas vou aprendendo algumas coisas. Ainda estou nessa de tentar tirar lições de todas as provas, obstáculos e mesmo acontecimentos diários que me atropelam. Se entregar completamente é coisa para os fortes... Ah, tô fraco, tô fraco! Talvez a galinha d'angola tenha se entregado, se decepcionado."Tô fraca, tô fraca" é a sua constatação final.

Ainda estou nessa de persistir. A vida é persistir afinal. É ou não é? É criar o hábito de sempre seguir. Eu vou persistindo em coisas mais bobas e pequenas. Sei que as coisas pequenas quando amontoadas vão se tornando coisas grandes. Eu nasci de um espermatozoide, nasci de um óvulo. Não que eu esteja me superestimando e dizendo que sou grandioso. Mas eu tenho 1,78 m (acho). Quanto mede um espermatozoide? Vou persistindo na alegria, na amizade, no altruísmo. Ah, por favor, não me pergunte se persisto no amor. Ao menos em algo temos a opção de desistir (ou será que não?).

Ainda estou nesse planeta. Ainda estou nessa vida. Há coisas que não há como mudar. Talvez, um dia, quem sabe, possamos mudar de planeta. Ter um pequeno apê na Lua e observar o planeta Terra. Escrever sobre "os pássaros que aqui não existem, se existissem certamente não iriam gorjear como os de lá". Uma nostalgia boa sentiríamos e nas férias de alguma estação (verão ou inverno?) passearíamos pelo nosso querido planeta de origem. Abraçaríamos os nossos país e conversaríamos sobre como faz frio na Lua, sobre os nossos queridos cachorros extragaláticos que deixamos com a nossa querida empregada, a dona Luatina, tão querida por nós. Mas o mundo... Ah, isso é coisa que não se foge. Mesmo morando na Lua, em Marte ou nos aneis de Saturno não fugiríamos desse mundo maluco. Não fugiríamos da nossa essência de animal racional-irracional, bicho tecnológico, inconstante e contraditório. Ainda estou nessa de imaginar,  viajar sem sair do lugar.

Ainda estou nessa de rimar tudo que escreve e escrever sobre tudo que rima. É a vida! Veja só. A rima vem mesmo quando não a chamo. É mesmo coisa de canceriano. Ou será que não? Será isso apenas uma maneira de tentar nomear? Sim, ainda estou nessa de filosofar. Ainda estou nessa de ser eu mesmo, com meus eternos erros e os meus infinitos acertos.

Não, não quero me despedir de você, que dedicou seu tempo pra ler essas coisas bobas. Porque eu ainda estou nessa de sentir, mesmo que eu não fale, mesmo que eu não expresse. Mas o sentimento ainda está lá, guardado, escondido, com medo de se mostrar porque eu já fui ferido. Mas essa é a vida não é? A gente se fere, mas um dia a gente tem que se curar.
28 de agosto de 2012

Perigo




No espelho que é você
Eu me perco.
Quem somos nós dois?
Nas feridas que eu firo
Você se perde e pergunta
Como lido contigo?
Em desespero repito
Como lido contigo?

Nossa relação é arriscada
O ópio que me desespera
E a corrente que tenta te aprisionar,
Somos nós.
Eu e você,
Forças dissonantes buscando o equilíbrio.
Como acabará isso?
Em desespero repito
Como lido com isso?

Tenho medo, essa é a verdade.
Tenho medo da minha fidelidade
E da minha fusão.
No espelho vejo a realidade,
Desesperado pergunto:
Como lido comigo?

Nossa relação é ligação.
Mas e você,
Quem é?
Porque, diante das telas que eu o pinto,
Sua identidade já se perdeu no infinito.
Vou ser direto
O que você quer comigo?






21 de agosto de 2012

Garoto do interior


Ele observa as estrelas em seu grande pequeno mundo,
Aquecido com seu velho moletom.
Preso em seu pequeno grande mundo,
As mesmas inseguranças e medos se alternando
E a imutável dor
Do garoto do interior.

Quem é esse?
O que é isso?
No mato nascido e criado
Meio gente, meio bicho
Metade sonho, metade realidade
Fruto do arrebatado amor
O garoto do interior.

Os olhos calmos de águia que ficam observando
E a cautela da onça
Mas tão pouco selvagem
Menos animal, bem mais humano
Esse garoto do interior.

Tão pequeno, assustado dentro do seu medo
Tão grande, quando em seu próprio terreno
Querendo voar, mas temendo cair.
Preso em seu pequeno grande mundo
O garoto do interior não vê e duvida do seu valor...


16 de agosto de 2012

Amor próprio



 Não, ele não vai voltar.
Ele se foi para sempre
E você não consegue enxergar
Que você não precisa dele?

Sim, ele fez as malas e se foi.
Nem sequer se despediu
Simplesmente se foi,
Sumiu.
Mas você não consegue enxergar
Que ele não precisa voltar?

Você não vê
E é triste ver isso.
A sua beleza, essa você despreza tão facilmente.
Porque, pra você,
Nada é suficiente.

Você não vê
E é triste ver isso.
Você despreza a sua história,
As suas habilidades, os seus talentos
E se foca em seus defeitos, seus medos.
Porque, pra você,
Nada é suficiente.

Pra mim você é perfeita!

Não, ele não vai voltar.
E você...
Você precisa aprender a se amar!




12 de agosto de 2012

Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos 85

Pra quem não se lembra de quando postei que uma poesia minha ia ser publicada, dê uma olhada nesse link http://palavrapoeta.blogspot.com/2012/01/oficialmente-poeta.html. Hoje, pesquisando pela internet, consegui achar a visualização do livro.

Há muitas poesias interessantes. Eu indico "A conveniência da psicopatia", de Danilo Souza Peloso, na página 10, "O poeta e seu ofício", de Romilton Batista de Oliveira, na página 21, "Eu te procuro" de Fábio Araújo Oliveira, na página 27, "Fotografia", de Lucas Dames Corrêa de Sá, na página 53, "Fala-me só de amor", de Marilene Anacleto, na página 59, "Antes que as luzes se apaguem", de Stephanie Karla Darós, na página 71, "Só", de Sarah Venturim Lasso, na página 94, "O seu jeito de olhar, de Weber Hamilton Palmieri, na página 99 e "Teus olhos", de Ivanildo Joaquim de Souza, na página 100. As outras também são muito boas, mas estas me chamaram a atenção.

A minha poesia é a "Minhas águas internas", da página 55!

Feliz Dia dos Pais

Hoje, dia 12 de agosto de 2012, é dia dos Pais. Sei que não estou contando nenhuma novidade, mas hoje gostaria de fazer uma homenagem para aqueles que, muita das vezes, são desconsiderados. Pai é aquela figura meio à margem, alguns não assumem a paternidade, outros não dão carinho, outros moram longe, muito longe dos filhos. Mas também há quem tenha somente o pai, assim como quem tem somente a mãe. Há quem tenha a sorte de ter um pai presente, que ouve, escuta, aconselha e abraça. No fundo (para alguns, bem lá no fundo mesmo) é o que todos nós queremos: um pais que nos abrace, assim como nos filmes.

Mas, nem sempre é o que acontece. Eu ouço falarem mais de pais ausentes do que de pais presentes. Então aqueles que tem um pai presente, façam o favor de o abraçar nessa data especial. Um abraço apertado, daqueles que ele sempre te deu nos momentos de alegria e nos momentos de tristeza. Aquele abraço que todos que têm pais ausentes sempre quiseram dar e receber. Saiba que é um privilégio ter um pai que te acolhe, que te escuta e que demonstra que te ama...

Para todos os que sobraram, os filhos dos pais ausentes (que não são poucos) eu gostaria de deixar uma mensagem. Eu estou aqui falando por eles. Vamos tentar, por alguns minutos, se colocar no lugar dos "pais ausentes". Ele é o homem silencioso da casa. Trabalha bastante, muitas vezes chega cansado do trabalho e tudo que quer é comer a sua comida e dormir. Às vezes chega alegre, faz gracinhas pra você e te dá uma grana legal. Ele nunca chegou pra você perguntando dos seus problemas, mas sempre exige que você tire boas notas, que se comporte na escola, se não "você leva uma surra, menino!". Quando as coisas estão mal ele sente e você vê isso. Mas ele é um rochedo, uma muralha e, muitas vezes, ele não derrama uma lágrima. Levanta e vai trabalhar. Esse é, muitas das vezes, o pai ausente. Mas ele não teve a mesma educação que a gente. No tempo dele não tinha nada disso de computador, internet e "Parada Gay" rs. Alguns tentam desesperadamente não ficar para trás. Ele compra um computador pra você, batalha pra te dar uma televisão de 42 polegadas, aquela linda que você viu na TV. Às vezes você o pega batalhando pra fazer o DVD funcionar e fica impaciente, acha ele um burro e fica o comparando com o pai dos seus outros amigos, que sabem mexer com todas essas "modernidades", como ele costuma falar. Esse é o pai de muitos. Ele cresceu num ambiente onde "homem não chora" e ele deixa pra nossa mãe o trabalho de cuidar do nosso emocional porque o emocional dele, muita das vezes, nem foi cuidado. Ele teve de aguentar tudo sozinho. A forma dele demonstrar amor é levantando cedo todos os dias para ir trabalhar, trazer comida e as "modernidades" para nós, os filhos ingratos. Só porque uma pessoa não nos ama do jeito que nós queremos não quer dizer que ela não nos ama. Temos que parar de pensar somente em nós mesmos. Nós somos de outra época, outra geração e nossos pais ainda estão tentando se acostumar. Que tal pegarmos um pouco mais leve?

Para aqueles em que o pai é ou está realmente ausente em sua vida... Resta-nos o amor de quem nos acolheu. Esses são os nossos verdadeiros pais. Vamos amar o que nos foi dado em vez de achar que sempre a grama do vizinho é mais verde que a nossa!


10 de agosto de 2012

Pra que tanto ódio?

Ateus não acreditam em Deus. Cristãos acreditam em Deus e que Jesus Cristo é seu filho. Agnósticos acreditam em Deus mas não praticam nenhuma religião. E as outras religiões e definições de religiosidade ou não-religiosidade são inúmeras. Religião, assim como futebol e política e, ultimamente, orientação (ou como muitos adoram colocar: "opção sexual") são assuntos polêmicos. Ateus ficam indignados diante de atos cometidos por religiosos que os mesmos justificam pela Bíblia. Os mais radicais têm ódio de pessoas que insistem em acreditar em uma força maior, "coisa de idiotas e atrasados". Muitos religiosos ficam indignados com o ateísmo. Os mais radicais afirmam que são "adeptos de Satã". Não só os ateus que sofrem preconceito dos religiosos. Os agnósticos são tidos como ateus, ou como alguns adoram dizer, "a toa", porque não vão à Igreja.

O ateísmo está "na moda". Talvez seja um resultado da religiosidade em excesso. As pessoas não aguentam mais ver pessoas matando outras por estas desrespeitarem preceitos religiosos ultrapassados. Não aguentam mais maridos se achando donos de suas esposas e nem pessoas que consideram homossexuais uma doença apenas porque "a Bíblia diz que são pecadores". Todos estão saturados. Talvez isso justifique o aumento de pessoas ateístas ou agnósticas, que não seguem nem praticam nenhuma religião. O mundo está em constante evolução e as pessoas deveriam perceber que certas ideias de séculos atrás deveriam ser deixadas para trás. Claro que nem todos religiosos e/ou cristãos concordam com isso...

Eu poderia me rotular como agnóstico. Eu não pratico e nem sigo nenhuma religião. Sim, já fui radical em condenar cristãos que pregavam o ódio e justificam pelas "palavras de Deus". Eu já entrei na onda de justificar as mesmas atitudes com a maior lei que Jesus pregou: a lei do amor. Mas quem está sendo consumido pelo ódio e pela perseguição não consegue amar. Lidar com a diferença não é fácil. Ser diferente também não. Ateus e agnósticos sabem do que estou falando. Apesar do número de pessoas que se identificam como tal estar crescendo, o número de religiosos ainda é grande. E ateus e agnósticos não são vistos com bons olhos. Mas, vale usar a velha regra de comportamento: você não precisa aceitar, desde que respeite.

O ódio é grande. E eu fico me perguntando: pra que tanto ódio? Cada um deve seguir sua vida em paz, com sua crença ou não-crença. Ficar atacando uma pessoa porque ela acredita ou não acredita em Deus é uma atitude desnecessária. Ateus, que adoram se classificar como seres racionais, deveriam perceber a armadilha na qual estão caindo. Percebendo a nossa pequenez diante da imensidão do Universo ou diante da imensidão de Deus não podemos deixar de nos focar aqui na Terra também. Em nós, seres humanos, que estamos cada vez mais perdendo os limites, o respeito, o amor. Cada um tem sua vida e cada um pode viver a sua vida como queira, com sua própria religião, sua própria sexualidade, seus próprios ideais. Mas será que é necessário tanto ódio para com aquilo que difere do que nós escolhemos viver?





8 de agosto de 2012

Esperança


Não deixe cair...
A esperança é de vidro
E vidro quebra.
Tome cuidado.
A esperança é filha do vento
E o vento vai e vem.
Se ele for embora talvez ele não volte.
Então, por favor, não deixe cair.

Nem tudo está perdido,
Nem tudo está perdido.
A esperança é fogo
E se inflama dentro do meu coração.
Devolve o que é meu,
O amor.
Não que você não tenha merecido
Mas e eu?
Devolve o que é meu
O que eu ainda não tenho, não pode ser dividido.

Eu ainda tenho esperança,
De vidro, etérea e inflamável.
Mesmo que seja fraca
Ela é quem me faz seguir
Sozinho, mas com o que é meu.
Meu coração!



2 de agosto de 2012

Mendigando


Preciso de um gole...
Tenho sede
Aos poucos vou morrendo
Não tem pena?
Também tenho fome
Você não me satisfaz mais
E as migalhas que me dá só me deixam mais insatisfeito

Preciso de um pedaço,
Um grande pedaço
Tenho fome, tenho sede, tenho desejo
Não sente?
Não me sente mais?
Não me quer mais?
Não vê tudo que faço por mais,
Mais pedaços, mais migalhas, mais partes de você?

Acho que não.
Também tenho coração
E ele está saturado.
Tenho fome, tenho sede, tenho desejo
Pelo seu amor
Mas também tenho coração
Talvez precise beber de minha própria fonte
Do que esperar pelas suas migalhas...


Desenho feito por mim rs'